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RESUMO DO “BOLETIM ECOA NITERÓI – ARTES DO ESPETÁCULO​”

Como essa pesquisa vem sendo feita?
A proposta da pesquisa ECOA Niterói é compreender a articulação entre economia, cultura e trabalho através da experiência dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura da cidade. A pesquisa é composta de duas fases, a primeira que vem analisando e consolidando dados referentes às Artes do Espetáculo – carnaval, circo, dança, teatro e música – e uma segunda fase que irá trabalhar com as Artes Visuais. Os dados que iremos brevemente apresentar são resultados da primeira etapa da pesquisa. Esta etapa teve início em janeiro de 2021, com o objetivo de captar as condições de trabalho nas Artes de Espetáculo em Niterói, antes e durante a pandemia. Foi realizada pesquisa de viés quantitativo através de formulário disponibilizado em plataforma digital e que obteve 104 respostas de trabalhadores e trabalhadoras da cultura que moram e/ou atuam na cidade de Niterói. A etapa quantitativa buscou traçar um panorama do perfil dos trabalhadores e das trabalhadoras das Artes do Espetáculo na cidade de Niterói. E a partir deste panorama foi possível traçar o perfil de alguns atores sociais que foram entrevistados em profundidade pela pesquisa, em uma segunda etapa qualitativa. Foram realizadas 12 entrevistas que buscaram profissionais das Artes do Espetáculo de diferentes perfis.

Quem são os trabalhadores e as trabalhadoras das Artes do Espetáculo na
cidade de Niterói?

Do nosso universo total de respondentes, 52 pessoas identificaram-se com o gênero feminino e 42 pessoas com o gênero masculino. Quanto à raça, 48,1% identificaram-se como branco/branca, 26% como preto/preta, 20,2% como pardo/parda, 1,9% como indígena, 1% como amarelo, 1,9% não responderam. Com relação à faixa etária tivemos respondentes de todas as faixas, a partir de 18 anos até mais de 60 anos; o maior número de respondentes, 17,3%, tinha entre 30 e 34 anos, e foi entre os jovens – de 18 a 21 anos e de 22 a 24 anos – que tivemos o menor número de respondentes, ambos com 2,9%. Quanto ao grau de escolaridade, chamou a atenção que 75% dos entrevistados possuem ou estão cursando o nível superior e destes 28,8% possuem pós-graduação. 

A principal área de atuação dos respondentes no campo da cultura é na área artística, 80,76%, destes 44,04% exercem somente uma função no campo cultural. Dos outros entrevistados 57,69% trabalham na área de  produção/gestão, 21,15% na área técnica e 1,92% com pesquisa. Praticamente metade dos entrevistados, 51,9%, não atuam exclusivamente na área da cultura, enquanto 48,1% conseguem viver exclusivamente do seu trabalho no campo cultural. 

A pandemia de COVID-19 e as medidas de contenção do vírus impactaram profundamente o setor cultural;  77,9% dos entrevistados responderam que tiveram algum tipo de alteração nas suas relações de trabalho na cultura. Os impactos também apareceram com relação a carga horária de trabalho, 72,1% dos respondentes apontaram que tiveram diminuição e 87,5% dos entrevistados passaram a receber menos ao longo da pandemia de COVID-19. 

Das 12 entrevistas qualitativas realizadas, seis se identificaram com o gênero masculino e seis com o gênero feminino, nove brancos/brancas e três negros/negras e a faixa etária dos entrevistados variou de 26 até 68 anos. Realizamos duas entrevistas com pessoas ligadas ao carnaval, sendo uma artista (que também atua na área da música) e outra ligada à produção/gestão. Da área do circo foram entrevistadas dois artistas, um ligado ao circo tradicional e outro ao novo circo. Na área da dança foram entrevistados dois artistas que também são produtores e uma que é exclusivamente artista. Destes, dois são ligados à dança clássica e um ao universo da dança contemporânea. Na música foi entrevistada uma artista que trabalha com música e com carnaval, e dois músicos, um que também se identifica como técnico e produtor, e o outro que se identifica como produtor e já trabalhou com gestão da cultura. E no teatro foram entrevistados uma artista, um artista que também realiza trabalhos técnicos e uma gestora ligada ao teatro.    

Este foi um breve panorama que nos auxiliou em uma primeira compreensão do cenário da produção da cultura na cidade de Niterói. A pesquisa irá aprofundar as análises sobre as Artes do Espetáculo buscando compreender de forma ampla o setor cultural, mas também buscando explicitar as especificidades da produção da cultura no carnaval, no circo, na dança, na música e no teatro. 

As próximas etapas da pesquisa serão publicizadas nas nossas redes sociais, Instagram @ecoaniteroi e Facebook Ecoa Niterói.

RESUMO DO “BOLETIM ECOA NITERÓI – ARTES VISUAIS”

Como essa pesquisa vem sendo feita?
A pesquisa ECOA Niterói – Mapeamento do Potencial Econômico de Setores Culturais de Niterói é composta de duas fases, a primeira, já finalizada, e que produziu um diagnóstico preliminar sobre as Artes do Espetáculo — disponível em nosso site (ecoaniterói.com.br). Já em sua segunda fase, buscamos identificar as condições de trabalho nas Artes Visuais, entendendo esta a partir das linguagens da arte digital, arte sonora, arte urbana, artesanato, cenografia, escultura, fotografia, gravura, pintura, performance, tatuagem e vídeo arte.
Como essa pesquisa vem sendo feita?
Mesmo com a melhora nas condições sanitárias, reflexo da pandemia mundial de COVID-19, optamos prosseguir utilizando o formulário online e entrevistas em profundidade realizadas remotamente via aplicativos específicos. A etapa das Artes Visuais teve início em agosto de 2022, com o objetivo de captar as condições de trabalho das linguagens já citadas no município de Niterói. Em nosso formulário online tivemos 44 respostas e entrevistamos 11 interlocutores.

Buscamos dar conta de perfis e trajetórias diferenciadas que possibilitaram um panorama amplo, na complexidade do setor na cidade, e ao mesmo tempo específico, nas vivências e experiências dessas trabalhadoras e trabalhadores com a arte.

Quem são os trabalhadores e as trabalhadoras das Artes Visuais na cidade de Niterói?

Do nosso universo total de respondentes, 32 pessoas identificaram-se com o gênero feminino, 11 pessoas com o gênero masculino e uma pessoa com o gênero fluido. Quanto à raça, 54,5% identificaram-se como branco/branca, 6,8% como preto/preta, 31,8% como pardo/parda, 2,3% como indígena, 2,3% como amarelo, 2,3% não souberam responder. Com relação à faixa etária, não conseguimos atingir os jovens de 18 a 24 anos. O maior número de respondentes, 29,5%, tem entre 55 e 60 anos.

Novamente não tivemos respondentes da Região Leste de Niterói, embora esta represente um pouco mais de 1% da população da cidade, precisaríamos de uma pesquisa mais específica para identificar e mobilizar as trabalhadoras ou trabalhadores da cultura que possam morar na região. A região com o maior número de respondentes foi Praias da Baía, totalizando 54,5.

Quem são os trabalhadores e trabalhadoras da cultura entrevistados em profundidade pela pesquisa?

Realizamos duas entrevistas com pessoas ligadas ao artesanato. Da área da arte urbana foram entrevistados dois artistas. Na área da fotografia foram entrevistados dois artistas, um também trabalha com arte digital. Entrevistamos um tatuador que também trabalha com grafite. Os outros entrevistados e entrevistadas trabalhavam com diferentes linguagens das Artes Visuais como escultura, performance, pintura e vídeo arte. Notamos que as fronteiras das linguagens nas Artes Visuais são menos precisas e os trabalhadores e trabalhadoras do campo transitam facilmente por mais de uma linguagem artística.

Explorando a trajetória pessoal e profissional dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura na cidade de Niterói identificamos múltiplas dificuldades de se viver de arte. Seja na dificuldade de se entender enquanto trabalhador e trabalhadora, “o artista tem que se reconhecer como classe trabalhadora” (homem, branco, 70 anos). Ou da limitação da sociedade compreendê-los como profissionais e remunerá-los como tal “Não é um hobby, é uma profissão, um trabalho” (mulher, branca, 62 anos).

O que mais o ECOA Niterói vai fazer?

Depois das duas etapas concluídas, Artes do Espetáculo e Artes Visuais, e dos primeiros dados serem divulgados com os nossos boletins, iremos agora nos debruçar de maneira mais aprofundada nos dados coletados. Com esse mapeamento iremos propor ações para que o poder público possa pensar na melhora nas relações entre economia, cultura e trabalho. Futuras notícias serão publicadas no nosso site ecoaniteroi.com.br e as próximas etapas da pesquisa nas nossas redes sociais, Instagram @ecoaniteroi e Facebook Ecoa Niterói.